Prematuro: Apenas um bebê pequeno

A prematuridade é um problema de saúde pública no Brasil. Atualmente, 11,7% dos partos ocorrem antes do período regulamentar de 37 semanas de gestação. O país ocupa a décima posição mundial no número de casos, o que dá maior importância ao “Novembro Roxo”, movimento que visa conscientizar a sociedade sobre prevenção e riscos desse tipo de ocorrência, que pode ser evitada ou ter sequelas minimizadas para o bebê. Nesse post, você vai saber mais sobre o nascer prematuro, como evitar a prematuridade, os cuidados com o prematuro na UTI, sua nutrição, o desenvolvimento pós-alta e outras informações importantes. Bebê prematuro é toda criança que nasce com menos de 37 semanas.

Os prematuros são classificados em prematuro extremo (bebê que nasce com menos de 28 semanas), o muito prematuro (que nasce entre 28 e 31 semanas e 6 dias), o prematuro moderado (entre 32 e 33 semanas e 6 dias), e o prematuro tardio (de 34 a 36 semanas e 6 dias).

Dra. Gisele Trasfereti Pediatra e Neonatologista

Médica graduada pela Universidade São Francisco;
Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria;
Residência médica em Pediatria e Neonatologia pelo Hospital Mário Gatti e pela Maternidade de Campinas;
Título de especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria;

“Ser um Neonatologista é desafiador, pois envolve lidar com situações médicas complexas e decisões rápidas, porém as recompensas são imensas! É muito gratificante ter a oportunidade de fazer uma diferença significativa na vida dos recém-nascido, suas famílias e acompanhá-los após a alta hospitalar no consultório.

“A satisfação de ver um bebê prematuro seja ele prematuro ou não, superar os desafios iniciais dentro da UTI neonatal e crescer saudável é o que me faz manter a dedicação e amor a profissão“

Veja depoimentos  de pacientes que já consultaram com a Dra Gisele:

Prematuro: Como evitar o nascimento do bebê antes da hora?

As causas do parto prematuro são variadas, como: gestação múltipla, tabagismo, uso de álcool na gravidez, a insuficiência placentária (quando a placenta não consegue nutrir o feto), doenças maternas como diabetes e hipertensão, infecção, história de parto prematuro.

Dentro deste quadro, os bebês prematuros extremos exigem maior atenção, pois estão mais sujeitos à displasia bronco pulmonar, à retinopatia, à hemorragia intraventricular e a leucomalácia periventricular. Sua sobrevida gira em torno de 85%.

Por isso, o acompanhamento pré-natal, com consultas e exames regulares, é tão importante para a saúde da mãe e do bebê, já que essas complicações costumam dar sinais ao longo da gestação. Seguir as orientações do pré-natal é eficaz, na maioria das vezes, para evitar a série de desgastes e riscos da prematuridade, mas pode acontecer de o bebê vir antes da hora mesmo assim.

Neste caso, conte com toda a experiência neste momento fundamental, já que é importante confiar na equipe médica, de enfermagem, na capacidade de cuidar e na força do bebê para viver. Um período de desafios começa, mas cada passo vencido é uma vitória, conte com a Dra. Gisele Trasfereti nessa importante jornada.

Prematuro: Quais são as possíveis causas do seu nascimento?

• Pré-natal inadequado

• Rompimento da bolsa antes de 37 semanas

• Corrimento vaginal

• Infecção materna: toxoplasmose, sífilis

• Infecção urinária

• Gemelaridade

• Outras doenças maternas como cardiopatias, calculose renal e vesicular

• Idade materna precoce ou avançada;

• Filho anterior prematuro;

• Uso de álcool e drogas/tabagismo;

• Malformação ou síndromes do bebê;

Prematuro na UTI Neonatal

Por não estarem desenvolvidos totalmente, os cuidados da Dra. Gisele com o recém-nascido prematuro são ainda maiores. Durante esse processo, é crucial o envolvimento de toda a equipe e família para atender às necessidades especiais do bebê. Isso porque, as complicações neonatais são uma das maiores causas de mortalidade entre recém-nascidos.

A razão é a imaturidade fisiológica que torna o quadro geral do recém-nascido mais arriscado. Dessa forma, é importante ter uma equipe de saúde qualificada para que o bebê possa ter uma evolução positiva durante as suas primeiras semanas de vida. Em geral, o bebê que nasceu de parto prematuro fica na UTI, usando alguns aparelhos que possibilitam acompanhar o progresso de sua saúde.

Nesse ambiente, na maioria das vezes, ele passa por alguns procedimentos, como:

• Fica em uma incubadora, que tem como função ajudar a manter a temperatura corporal ideal. Nela ele é monitorado o tempo todo verificando os sinais vitais, como pressão arterial, batimentos cardíacos e respiração.

• É provável também que receba alimentação intravenosa, chamada de nutrição parenteral, uma vez que o sistema digestivo do bebê muito prematuro ainda não está pronto para fazer toda a digestão do leite. Lembrando que o leite materno é muito importante para o seu bebê.

Em alguns casos, será preciso também que o bebê prematuro receba transfusões sanguíneas. Isso porque ele pode não ser capaz de produzir as próprias células vermelhas conforme as suas necessidades.

Prematuro: Como será sua alimentação?

O parto prematuro interrompe o fornecimento contínuo de nutrientes por meio da placenta que é extremamente importante para garantir o crescimento e o desenvolvimento fetal normal. O crescimento após o nascimento é um desafio já que é preciso garantir quantidades adequadas de nutrientes para bebês prematuros, especialmente em bebês com muito baixo peso ao nascer.

O leite materno deve sempre ser considerado como a primeira opção para alimentação. Ele é um alimento completo. Além disso, o ato de amamentar propicia contato direto entre a mãe e o bebê pré-termo (todo aquele nascido com menos de 37 semanas), sendo mais uma oportunidade para favorecer o estabelecimento de vínculos afetivos.

Prematuro: Cuidados para mamães e papais:

Não só os bebês requerem cuidados quando ocorre o parto prematuro. Mães, pais e familiares também precisam de apoio para enfrentar esse momento. Muitas vezes as gestantes necessitam ficar de repouso ou internadas para segurar por mais algumas horas, dias, semanas ou meses o bebê no ventre, a prematuridade, especialmente a extrema, é uma vivência emocional intensa. Sentimentos que misturam medo, ansiedade e culpa são comuns durante o período de internação do bebê. É preciso adaptação a uma realidade frustrante que impossibilita a mãe de ter nos braços imediatamente um bebê tão sonhado.

Nesse momento ter uma rede de apoio é de extrema importância. Pessoas que possam auxiliar em tarefas simples do dia a dia ou ainda oferecer conforto e palavras amigas no momento de dificuldade.

Prematuro: Como será seu desenvolvimento?

O desenvolvimento das crianças segue um ritmo muito individual e muitos prematuros podem se desenvolver sem problemas de saúde significativos, mesmo a prematuridade acompanhando os bebês por um bom tempo em suas vidas. No entanto, quanto menores e mais imaturos nascem, maior é o risco de apresentarem algumas dificuldades motoras, de alimentação e se tornarem pessoas introvertidas e frágeis. Nesse sentido, a escola precisa saber, entender e ser aliada dos alunos que nasceram nesta condição para buscar formas de aprendizado que favoreça a inclusão deles para que se tornem adultos saudáveis.

Importante ressaltar que as famílias de bebês prematuros podem administrar muito bem as suas dificuldades. A presença de uma deficiência na criança, inclusive, não impossibilita a qualidade de vida na adolescência.

Prematuro: Chegou o tão esperado e sonhado dia da alta!

É um momento de alegria, mas muitas vezes acompanhado de inseguranças. Afinal, durante o período de internação, havia uma equipe de profissionais cuidando do bebê. Em casa, a ajuda acontece de forma diferente.

Importante ressaltar que as famílias de bebês prematuros podem administrar muito bem as suas dificuldades.. Os cuidados em casa, junto à família, são a melhor maneira de o bebê se desenvolver com saúde. Além disso, o prematuro só recebe alta quando estiver pronto para isso e os pais já tiverem recebido as instruções e treinamentos necessários.

A alta é decidida por um conjunto de profissionais que envolve médico, enfermeiros, fisioterapeutas e fonoaudiólogos (que avaliam a capacidade de manutenção da temperatura corporal, respiração, sucção e ganho de peso adequado). Se o bebê recebeu alta, significa que está estável há alguns dias, com peso adequado e exames normais. Antes da alta, conheça a rotina diária do bebê ainda na unidade hospitalar: seu modo de se alimentar, como é o choro e seu comportamento e também observe o ritmo de eliminação de urina e de fezes.

Perceba como é a sua respiração, sua cor de pele e de lábios, aprenda a medir a temperatura corporal. Converse sempre com o Pediatra que cuida do seu bebê e tire todas as suas dúvidas.

E após a alta, o principal passo é escolher um bom profissional para acompanhar seu filho, especializado em neonatologia, que vai saber exatamente tudo o que o seu bebê viveu até aqui dentro da uti neonatal e sabe te orientar todos os profissionais necessários para um bom desenvolvimento do seu pequeno.

FONTE: SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA

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