Dra. Gisele Trasfereti

As doenças infecto contagiosas são enfermidades causadas por microrganismos, como vírus, bactérias, fungos ou parasitas, que podem ser transmitidas de uma pessoa para outra. A transmissão pode ocorrer por contato direto (como toque, saliva e secreções respiratórias) ou indireto (por meio do ar, objetos contaminados, alimentos, água ou vetores, como insetos). Essas doenças podem variar de casos leves, como um resfriado comum, a infecções mais graves, como tuberculose e meningite. Muitas delas são mais frequentes na infância devido ao sistema imunológico ainda imaturo e ao contato próximo entre as crianças em escolas e creches.

Principais Doenças Infectocontagiosas na Infância

As principais doenças infectocontagiosas na infância são aquelas que se espalham com facilidade entre as crianças, especialmente em ambientes como escolas e creches. As mais comuns são:

1. Catapora (Varicela)

  • Causada pelo vírus varicela-zóster.
  • Sintomas: febre, mal-estar e erupções cutâneas com bolhas cheias de líquido.
  • Transmissão: contato direto com as lesões ou gotículas respiratórias.
  • Prevenção: vacina contra varicela.

2. Sarampo

  • Causado pelo vírus do sarampo.
  • Sintomas: febre alta, tosse, conjuntivite, manchas vermelhas no corpo.
  • Transmissão: gotículas respiratórias de pessoas infectadas.
  • Prevenção: vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola).

3. Caxumba

  • Causada pelo vírus da caxumba.
  • Sintomas: inchaço das glândulas salivares, dor ao mastigar e febre.
  • Transmissão: saliva e gotículas respiratórias.
  • Prevenção: vacina tríplice viral.

4. Rubéola

  • Causada pelo vírus da rubéola.
  • Sintomas: febre baixa, erupções na pele, aumento dos gânglios linfáticos.
  • Transmissão: gotículas respiratórias e contato direto.
  • Prevenção: vacina tríplice viral.

5. Coqueluche

  • Causada pela bactéria Bordetella pertussis.
  • Sintomas: tosse intensa e persistente, chiado no peito, dificuldade para respirar.
  • Transmissão: gotículas de saliva ao tossir ou espirrar.
  • Prevenção: vacina pentavalente (DTP, hepatite B e Hib).

6. Escarlatina

  • Causada pela bactéria Streptococcus pyogenes.
  • Sintomas: febre alta, dor de garganta, erupção avermelhada na pele.
  • Transmissão: contato com secreções respiratórias ou objetos contaminados.
  • Prevenção: higiene e tratamento rápido com antibióticos.

7. Doença Mão-Pé-Boca

  • Causada pelo vírus Coxsackie.
  • Sintomas: febre, feridas na boca, bolhas nas mãos e pés.
  • Transmissão: contato com saliva, fezes ou objetos contaminados.
  • Prevenção: higiene adequada das mãos e objetos.

8. Dengue, Zika e Chikungunya

  • Causadas por vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti.
  • Sintomas: febre alta, dores musculares, manchas na pele e, no caso da Zika, risco para gestantes.
  • Transmissão: picada do mosquito infectado.
  • Prevenção: eliminação de criadouros do mosquito e uso de repelentes.

Sinais de Alerta

É fundamental procurar um pediatra sempre que a criança apresentar sinais de alerta que indiquem uma possível doença infectocontagiosa. Alguns sintomas exigem atenção especial, pois podem indicar complicações. Veja quando é importante buscar ajuda médica:

Sinais de Alerta

  • Febre alta persistente (acima de 38,5°C por mais de 48 horas).
  • Dificuldade para respirar, chiado no peito ou respiração muito acelerada.
  • Manchas na pele, especialmente se forem acompanhadas de febre.
  • Vômitos ou diarreia intensos, com risco de desidratação.
  • Falta de apetite ou recusa em ingerir líquidos.
  • Sono excessivo ou irritabilidade extrema.
  • Inchaço no rosto ou pescoço.
  • Tosse intensa e persistente.
  • Convulsões ou desmaios.

Além disso, se a criança teve contato com alguém diagnosticado com uma doença contagiosa, é importante monitorar os sintomas e procurar o pediatra ao primeiro sinal de infecção. O acompanhamento médico precoce pode evitar complicações e garantir um tratamento adequado!

Sobre a Dra Gisele Trasfereti

A Dra. Gisele Trasfereti é pediatra e neonatologista com mais de 20 anos de experiência, especializada em cuidados intensivos neonatais. Ela realizou estágio na UTI Neonatal da University of Miami Miller School of Medicine e é membro da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Veja o que os pacientes da Dra. Gisele Trasfereti estão comentando:

Medidas de Prevenção

A prevenção das doenças infectocontagiosas na infância é essencial para proteger as crianças e evitar surtos em escolas e creches. Algumas medidas simples podem reduzir significativamente o risco de contágio. As principais formas de prevenção são:

1. Vacinação

  • A vacina é a forma mais eficaz de prevenir doenças graves como sarampo, caxumba, rubéola, catapora, coqueluche e meningite.
  • Seguir o calendário de vacinação infantil do Ministério da Saúde garante a imunização adequada.

2. Higiene Pessoal

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente antes das refeições e após usar o banheiro.
  • Ensinar a criança a cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar (de preferência com o braço ou lenço descartável).
  • Evitar que as crianças compartilhem copos, talheres, escovas de dente e brinquedos que vão à boca.

3. Ambiente Limpo e Arejado

  • Manter a casa e a escola sempre ventiladas e limpas.
  • Higienizar brinquedos, móveis e objetos frequentemente manuseados pelas crianças.

4. Isolamento em Caso de Doença

  • Crianças doentes devem ficar em casa até a recuperação total, evitando o contato com outras crianças.
  • Seguir as recomendações médicas sobre o período de afastamento escolar.

5. Alimentação Saudável e Hidratação

  • Uma alimentação equilibrada fortalece o sistema imunológico.
  • Estimular a ingestão de água para evitar desidratação e manter o corpo saudável.

6. Controle de Vetores e Cuidados com a Água

  • Evitar o acúmulo de água parada para impedir a proliferação do Aedes aegypti (dengue, zika e chikungunya).
  • Garantir que a água consumida seja filtrada ou fervida para evitar infecções gastrointestinais.

Tratamento e Cuidados

1. Tratamento Específico

Doenças virais (ex.: sarampo, catapora, caxumba, rubéola, mão-pé-boca)

  • Não há tratamento específico, apenas alívio dos sintomas.
  • Repouso e hidratação são essenciais.
  • Medicamentos para febre e dor (como paracetamol ou ibuprofeno, conforme orientação médica).

Doenças bacterianas (ex.: escarlatina, coqueluche, infecções de garganta)

  • Tratamento com antibióticos prescritos pelo médico.
  • Importante seguir o tratamento até o fim, mesmo se os sintomas melhorarem antes.

Doenças transmitidas por vetores (ex.: dengue, zika, chikungunya)

  • Hidratação intensa.
  • Uso de medicamentos para febre (evitar anti-inflamatórios como o ácido acetilsalicílico, pois podem agravar os sintomas).
  • Monitoramento de sinais de agravamento, como sangramentos e dores intensas.

2. Cuidados em Casa

  • Hidratação: oferecer bastante líquido (água, sucos naturais, sopas).
  • Repouso: permitir que a criança descanse para fortalecer o sistema imunológico.
  • Alimentação leve: priorizar frutas, vegetais e alimentos fáceis de digerir.
  • Banhos mornos: ajudam a aliviar coceiras (no caso da catapora) e febre.
  • Evitar contato com outras crianças para reduzir o contágio.

Conclusão

As doenças infectocontagiosas na infância são comuns, mas muitas podem ser prevenidas com medidas simples, como vacinação, higiene adequada e alimentação saudável. O diagnóstico precoce e os cuidados corretos são fundamentais para evitar complicações e garantir uma recuperação mais rápida.

Pais e responsáveis têm um papel essencial na proteção das crianças, desde a adoção de hábitos saudáveis até o acompanhamento médico sempre que necessário. Manter-se informado e atento aos sinais de alerta é a melhor forma de garantir uma infância segura e saudável!

Se tiver dúvidas ou suspeitar de alguma doença, procure um pediatra. A prevenção é sempre o melhor caminho!

Para Saber Mais:

Para saber mais sobre doenças infectocontagiosas na infância, você pode consultar fontes confiáveis, como:

Ministério da Saúde (Brasil) – Informações sobre vacinação, prevenção e cuidados com doenças infectocontagiosas.
https://www.gov.br/saude

Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) – Diretrizes médicas e orientações para pais e profissionais de saúde.
https://www.sbp.com.br

Organização Mundial da Saúde (OMS) – Dados globais, recomendações e estratégias de prevenção.
https://www.who.int

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) – Pesquisas e materiais educativos sobre saúde infantil e doenças infecciosas.
https://portal.fiocruz.br

Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC – EUA) – Informações detalhadas sobre doenças infecciosas e vacinação.
https://www.cdc.gov

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