Dra. Gisele Trasfereti

A asma em crianças é uma das doenças crônicas mais comuns, caracterizada por inflamação e estreitamento das vias aéreas, o que dificulta a respiração e provoca sintomas como tosse, chiado no peito e falta de ar.

Afetando milhões de crianças em todo o mundo, a asma não apenas compromete a saúde física, mas também impacta a qualidade de vida, limitando atividades diárias e o desempenho escolar.

Embora a doença possa variar em gravidade, com crises leves a graves, um diagnóstico precoce e o manejo adequado são fundamentais para minimizar complicações e garantir que a criança leve uma vida ativa e saudável.

Asma em Crianças

Quais São os Sintomas da Asma em Crianças?

Os sintomas da asma em crianças podem variar em intensidade e frequência, mas geralmente incluem:

  1. Tosse Persistente
    • Particularmente à noite ou de manhã cedo: A tosse pode piorar durante a noite, após a prática de atividades físicas ou durante uma crise de asma.
    • Seca ou com secreção: Pode ser uma tosse seca, mas em alguns casos, a criança pode expelir muco.
  2. Chiado no Peito (Sibilos)
    • Som de assobio ou chiado: A criança pode fazer um som característico ao respirar, especialmente durante a expiração. Isso ocorre devido ao estreitamento das vias aéreas.
  3. Falta de Ar (Dispneia)
    • Dificuldade para respirar: A criança pode sentir que não consegue encher os pulmões completamente ou respirar normalmente.
    • Respiração acelerada: Durante uma crise, a criança pode respirar mais rápido ou de forma ofegante.
  4. Aperto no Peito
    • Sensação de pressão: A criança pode descrever uma sensação de peso ou aperto no peito, como se fosse difícil expandir os pulmões.
  5. Fadiga ou Cansaço
    • Cansaço excessivo: A dificuldade para respirar e a falta de oxigenação podem fazer a criança sentir-se mais cansada do que o normal, mesmo sem atividades físicas intensas.
  6. Dificuldade em Dormir
    • Sintomas noturnos: Tosse e dificuldade de respirar costumam piorar à noite, o que pode levar a despertares frequentes ou sono agitado.
  7. Dificuldade em Realizar Atividades Físicas
    • Falta de fôlego durante exercícios: A criança pode se cansar rapidamente ao brincar, correr ou realizar qualquer atividade física, evitando-as por conta do desconforto respiratório.
  8. Retratação Torácica
    • Músculos do peito e pescoço visivelmente contraídos: Durante uma crise de asma, pode-se observar que a criança usa os músculos do pescoço e tórax para tentar respirar, com retração da pele entre as costelas.
  9. Irritabilidade e Ansiedade
    • Comportamento irritadiço: Crianças pequenas podem não ser capazes de descrever os sintomas de forma clara e, em vez disso, apresentam sinais de irritação ou ansiedade, que podem indicar desconforto respiratório.
  10. Sintomas Intermitentes
    • Sintomas que vão e vêm: A asma pode se manifestar com crises que aparecem e desaparecem, dependendo dos gatilhos ambientais ou das condições de saúde da criança.

É importante lembrar que nem todas as crianças com asma apresentam todos esses sintomas. Em alguns casos, a tosse pode ser o único sintoma presente, o que torna o diagnóstico mais difícil.

O acompanhamento médico e o tratamento adequado são essenciais para controlar a asma e melhorar a qualidade de vida da criança.

Quais os Fatores que Favorecem as Crises de Asma em Crianças?

Diversos fatores podem desencadear ou agravar as crises de asma em crianças, levando ao estreitamento das vias aéreas e dificuldade de respirar. Os principais fatores incluem:

  1. Alérgenos
    • Ácaros da poeira: Comum em ambientes internos, especialmente em roupas de cama, tapetes e estofados.
    • Pelo de animais: Pelos, caspa e saliva de animais domésticos podem desencadear crises.
    • Pólen: Exposição ao pólen de árvores, gramas e flores pode ser um fator de risco, especialmente na primavera.
    • Mofo: Fungos em ambientes úmidos liberam esporos que podem desencadear crises.
  2. Infecções Respiratórias
    • Vírus e bactérias: Resfriados, gripes e outras infecções respiratórias, como bronquite ou sinusite, podem piorar os sintomas de asma, especialmente em crianças.
  3. Poluição do Ar
    • Fumaça de cigarro: O fumo passivo é um dos principais agravantes da asma, e a exposição ao cigarro em casa ou no ambiente externo pode aumentar significativamente o risco de crises.
    • Poluição urbana: A exposição à poluição do ar, como a fumaça de automóveis e fábricas, também pode desencadear crises de asma.
  4. Mudanças Climáticas
    • Ar frio e seco: O tempo frio ou bruscas mudanças de temperatura podem irritar as vias aéreas e provocar crises.
    • Umidade elevada: A umidade do ar pode favorecer o crescimento de mofo e o acúmulo de poluentes, agravando a asma.
  5. Exercício Físico
    • Asma induzida por exercício: Durante atividades físicas intensas, principalmente em climas frios ou secos, a criança pode sentir falta de ar ou chiado no peito, desencadeando uma crise.
  6. Estresse Emocional
    • Ansiedade e estresse: Fatores emocionais, como nervosismo, ansiedade ou situações estressantes, podem piorar os sintomas da asma e provocar crises.
  7. Produtos Químicos e Irritantes
    • Aromas fortes: Perfumes, produtos de limpeza com cheiros intensos, tinta fresca e fumaça de fogos de artifício podem irritar as vias respiratórias.
    • Alergênicos ocupacionais: Crianças que crescem em ambientes com exposições constantes a substâncias químicas, como na agricultura ou construção, podem estar em risco.
  8. Refluxo Gastroesofágico (RGE)
    • Crianças com refluxo gastroesofágico podem ter crises de asma provocadas pela aspiração do conteúdo ácido do estômago, que irrita as vias aéreas.

Como um Pediatra como a Dra. Gisele Trasfereti Pode Ajudar no Controle da Asma em Crianças?

Um pediatra desempenha um papel crucial no controle da asma infantil, ajudando a garantir que a criança tenha uma vida saudável e minimize crises. As ações que o pediatra pode tomar incluem:

  1. Diagnóstico Preciso
    • Avaliação Clínica: O pediatra avalia a história médica da criança, sintomas (como tosse persistente, chiado e falta de ar) e fatores de risco para determinar se a criança tem asma.
    • Testes Diagnósticos: O pediatra pode solicitar exames como espirometria (para crianças mais velhas) ou testes de função pulmonar para medir o grau de obstrução das vias aéreas, além de exames de alergia para identificar possíveis desencadeantes.
  2. Elaboração de um Plano de Tratamento
    • Medicamentos: O pediatra prescreve medicamentos de controle a longo prazo, como corticoides inalados, e broncodilatadores de alívio rápido para crises. A escolha do tratamento é baseada na gravidade da asma e na frequência das crises.
    • Orientação sobre o uso de inaladores: Ensinar a criança e os pais a usar corretamente dispositivos como inaladores e espaçadores é fundamental para que o medicamento alcance as vias aéreas de forma eficaz.
  3. Criação de um Plano de Ação para Asma
    • Plano personalizado: O pediatra ajuda a criar um plano de ação detalhado, orientando os pais e a criança sobre como lidar com a asma no dia a dia, incluindo como agir durante uma crise, quando usar medicamentos de resgate e quando buscar ajuda médica.
    • Reconhecimento de sinais de alerta: O plano também inclui instruções sobre como reconhecer os primeiros sinais de uma crise de asma, ajudando a intervir precocemente para evitar complicações.
  4. Identificação e Controle de Fatores Desencadeantes
    • Educação sobre gatilhos: O pediatra orienta os pais a identificar e minimizar a exposição a fatores desencadeantes como ácaros, pólen, fumaça de cigarro, poluição e mudanças climáticas.
    • Aconselhamento sobre estilo de vida: Pode recomendar melhorias no ambiente doméstico, como manter a casa limpa e bem ventilada, usar capas antiácaros e evitar o uso de tapetes, para ajudar a controlar a exposição a alérgenos.
  5. Acompanhamento Regular
    • Monitoramento contínuo: O pediatra acompanha regularmente a evolução da criança, ajustando a medicação conforme necessário e avaliando a resposta ao tratamento. Visitas de acompanhamento são importantes para monitorar o controle da asma e ajustar o plano de ação.
    • Testes de Função Pulmonar: Avaliações regulares ajudam a monitorar a função pulmonar da criança e verificar se a asma está sob controle ou se ajustes são necessários no tratamento.
  6. Orientação para a Família
    • Educação dos pais e cuidadores: O pediatra fornece informações detalhadas sobre a asma, ajudando os pais a compreenderem a doença, o que desencadeia as crises e como seguir corretamente o tratamento.
    • Treinamento para situações de emergência: Ensina os pais e cuidadores a agir corretamente em caso de uma crise grave, incluindo o uso correto de medicamentos de resgate e a necessidade de procurar atendimento emergencial.
  7. Vacinação
    • Imunização adequada: O pediatra recomenda manter as vacinas em dia, como a vacina contra a gripe e pneumonia, para reduzir o risco de infecções respiratórias que podem piorar a asma.
  8. Promoção de Atividades Físicas Seguras
    • Atividade física supervisionada: O pediatra pode orientar sobre como a criança pode praticar exercícios de forma segura, oferecendo instruções sobre como prevenir a asma induzida por esforço e ajustar a medicação antes da prática esportiva.
  9. Coordenação com Outros Especialistas
    • Encaminhamento para especialistas: Em casos mais graves ou de difícil controle, o pediatra pode encaminhar a criança para um pneumologista pediátrico ou um alergologista, que irão fornecer cuidados especializados para um tratamento mais detalhado.

Em resumo, o pediatra não só diagnostica e trata a asma infantil, como também fornece suporte contínuo para melhorar o controle da doença e capacita a família a lidar com a asma no dia a dia, minimizando o impacto sobre a saúde e o bem-estar da criança.

Veja o que os pacientes da Dra. Gisele Trasfereti estão comentando:

Embora a asma possa impactar significativamente a qualidade de vida de uma criança, com o tratamento adequado e o controle eficaz, é possível minimizar esses efeitos. O acompanhamento regular com um pediatra ou especialista, a educação da criança e da família sobre a doença, e o uso correto dos medicamentos ajudam a garantir que a criança possa participar de atividades cotidianas com menos limitações e tenha uma vida mais ativa e saudável.

Referências Bibliográficas

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  • Pereira, L. F., & Rubini, N. P. (2017). Asma na Infância: Etiologia, Fatores de Risco e Controle da Doença.
  • Zein, J. G., & Erzurum, S. C. (2015). Asthma: Mechanisms of Disease, Diagnosis, and Management.

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