Dra. Gisele Trasfereti

Durante a infância, o corpo humano passa por um dos períodos mais intensos de crescimento e desenvolvimento. É nessa fase que ossos se formam, o cérebro se desenvolve rapidamente e o sistema imunológico aprende a se defender. Para que tudo isso ocorra de maneira saudável, as vitaminas desempenham um papel essencial.

O que são vitaminas?

Vitaminas são compostos orgânicos que o corpo precisa em pequenas quantidades para funcionar corretamente. Como o organismo não é capaz de produzir a maioria delas sozinho, é necessário obtê-las por meio da alimentação — e, em alguns casos, por suplementação.

Por que elas são tão importantes na infância?

– Crescimento Saudável

  • Vitaminas como a D e a A contribuem para o desenvolvimento de ossos, dentes e tecidos.
  • A vitamina D, por exemplo, ajuda na absorção de cálcio, fundamental para a formação óssea.

Desenvolvimento Cognitivo

  • As vitaminas do complexo B (como B6 e B12) são essenciais para o bom funcionamento do cérebro e do sistema nervoso.
  • Elas ajudam na memória, concentração e aprendizado — habilidades cruciais durante a idade escolar.

Imunidade Forte

  • A vitamina C, juntamente com a A e D, fortalece o sistema imunológico, ajudando o corpo a combater infecções e doenças comuns da infância, como gripes e resfriados.

Prevenção de Doenças

  • A deficiência de vitaminas pode causar diversos problemas, como anemia (falta de ferro e vitamina B12), raquitismo (falta de vitamina D) e baixa imunidade.

Fontes Naturais de Vitaminas na Alimentação Infantil

Nada substitui uma boa alimentação quando o assunto é saúde infantil. Antes de pensar em suplementos, o ideal é garantir que as crianças recebam todas as vitaminas necessárias através dos alimentos naturais. Além de mais saudáveis, esses alimentos oferecem fibras, minerais e compostos que trabalham juntos para o bom funcionamento do corpo.

A regra de ouro: prato colorido!

Cada cor nos alimentos indica um tipo diferente de nutriente. Um prato variado é uma forma simples e eficaz de garantir uma boa ingestão de vitaminas.

Principais vitaminas e suas fontes naturais:

– Vitamina A – Saúde dos olhos e da pele

  • Fontes: cenoura, abóbora, batata-doce, manga, mamão, espinafre, gema de ovo, fígado.
  • Dica: alimentos de cor alaranjada são ricos em betacaroteno, que o corpo converte em vitamina A.

– Vitamina C – Fortalece a imunidade

  • Fontes: laranja, acerola, morango, kiwi, caju, goiaba, tomate, pimentão.
  • Dica: sucos naturais frescos e frutas no lanche são ótimas formas de incluir vitamina C.

– Vitamina D – Crescimento dos ossos

  • Fontes alimentares: gema de ovo, leite fortificado, peixes gordurosos (como salmão e sardinha).
  • Outros: o sol é a principal fonte! Deixe a criança brincar ao ar livre por pelo menos 15 minutos por dia (com segurança).

– Complexo B – Energia e saúde mental

  • Fontes: carnes magras, ovos, leite, grãos integrais (arroz, aveia), feijão, banana, vegetais de folhas verdes.
  • Importância: auxilia no metabolismo, memória e funcionamento do sistema nervoso.

– Vitamina K – Coagulação do sangue

  • Fontes: couve, brócolis, espinafre, alface, repolho.

– Vitamina E – Proteção das células

  • Fontes: oleaginosas (amêndoas, castanhas, nozes), óleo de girassol, abacate, sementes de girassol.

Como incentivar a alimentação saudável?

Inclua a criança na cozinha: crianças adoram ajudar e tendem a comer o que prepararam.

Apresente os alimentos de forma divertida: carinhas com frutas, legumes cortados em formas diferentes…

Evite recompensas com doces: substitua por elogios ou brincadeiras.

Quando Suplementar Vitaminas em Crianças?

Muitos pais se perguntam se devem dar suplementos de vitaminas aos filhos — afinal, quem não quer ver a criança cheia de energia e protegida contra doenças? Mas a verdade é que nem sempre suplementar é necessário. A alimentação balanceada ainda é a principal fonte de nutrientes, e a suplementação deve ser feita com cautela e orientação médica.

A suplementação infantil não deve ser feita por conta própria. Dar vitaminas sem necessidade pode causar desequilíbrios e até intoxicações, especialmente com vitaminas lipossolúveis (como A, D, E e K), que se acumulam no organismo.

Sobre a Dra Gisele Trasfereti

Veja o que os pacientes da Dra. Gisele Trasfereti estão comentando:

Quando a suplementação pode ser necessária?

  1. Deficiências diagnosticadas
    • Crianças com exames que apontam deficiência de ferro, vitamina D, B12, entre outras, podem precisar de reposição.
  2. Dietas restritivas
    • Crianças vegetarianas, veganas ou com alergias alimentares (como à proteína do leite, ovo, etc.) podem precisar de suplementação para evitar deficiências.
  3. Problemas de absorção
    • Algumas condições médicas (como doença celíaca, intolerância à lactose ou doenças intestinais) podem dificultar a absorção de nutrientes.
  4. Falta de exposição ao sol
    • A vitamina D depende da exposição solar. Em regiões com pouco sol, ou para crianças que ficam muito tempo em ambientes fechados, o suplemento pode ser necessário.
  5. Baixo ganho de peso ou crescimento
    • Em alguns casos, o pediatra pode recomendar multivitamínicos para apoiar o desenvolvimento.

E quando NÃO suplementar?

  • Se a criança se alimenta bem, tem crescimento adequado e exames normais, a suplementação não é necessária.
  • Evite dar “gominhas de vitaminas” como se fossem balas — mesmo as versões infantis podem ter doses altas e causar excesso se consumidas sem controle.

O que fazer antes de considerar um suplemento?

  • Avalie a alimentação da criança com um nutricionista ou pediatra.
  • Inclua mais alimentos naturais e variados no dia a dia.
  • Faça check-ups regulares para acompanhar o crescimento e a saúde.

Conclusão

Vitaminas são essenciais para o crescimento e o bem-estar das crianças, mas isso não significa que todo mundo precisa de suplementos. Na maioria dos casos, uma alimentação equilibrada já fornece tudo o que o corpo infantil precisa. A suplementação só deve ser considerada quando há uma necessidade real — diagnosticada por um profissional de saúde.

Antes de oferecer qualquer vitamina, o mais importante é observar os hábitos alimentares da criança, manter as consultas pediátricas em dia e nunca substituir comida de verdade por cápsulas ou gominhas. Cada criança é única, e o que funciona para uma pode não ser o ideal para outra.

Quando o assunto é saúde infantil, o melhor remédio ainda é a prevenção — e ela começa no prato.

Para Saber Mais

Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
www.sbp.com.br

Ministério da Saúde – Brasil
www.gov.br/saude

Organização Mundial da Saúde (OMS)
www.who.int

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
www.fiocruz.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *