Dra. Gisele Trasfereti

Queda de bebês pode ser bastante comum nos seus primeiros anos de vida. Os bebês são naturalmente curiosos e estão em constante movimento enquanto exploram o mundo ao seu redor. No entanto, essa fase de descobertas também pode expô-los a riscos e acidentes domésticos.

Apesar de, na maioria das vezes, a queda de bebês não ser grave, é sempre importante estar atento a alguns sinais que podem indicar a necessidade de uma avaliação médica imediata.

Bebês com menos de 2 anos de idade devem ser observados com mais cuidado. Se na sua percepção a queda foi muito grande batendo a cabeça, é importante leva-lo a um pronto socorro. Isso se dá porque os ossos do crânio ainda estão em formação, ainda “moles”, o que pode ocasionar uma lesão no cérebro mesmo sem a ocorrência de fraturas. Crianças nesta idade não conseguem dizer com clareza o que estão sentindo.

Quando levar o bebê ao pronto-socorro?

Leve o bebê à emergência quando:

  • O bebê estiver sangrando e o sangramento não parar quando você pressiona uma gaze ou um pano sobre o ferimento;
  • O bebê não parar de gritar ou chorar depois de meia hora, por mais que você tente acalmá-lo;
  • Houver imobilidade em alguma parte do corpo;
  • O bebê for menor de três meses de idade;
  • Bater a cabeça e estiver muito irritado ou agindo estranho;
  • Houver recorrência de vômitos, em especial se houver intervalo curto entre eles e se vierem acompanhados de dor, sonolência e irritabilidade. Dor de cabeça também pode ser normal após uma queda, mas se gerar mudança de comportamento (irritação, limitação das atividades), é necessária uma avaliação médica;
  • Houver sinais de lesão, como hematomas, inchaço, vermelhidão, deformidade na cabeça, braços, pernas e corpo, ou comportamento anormal;
  • Houver presença de galos na cabeça, principalmente na região das têmporas e na região de trás da cabeça;
  • Perda da consciência por mais de 1 minuto após a queda;
  • O bebê tiver uma convulsão;
  • O bebê estiver respirando, mas não reagir quando você fala com ele, ou se você não conseguir acordá-lo (mesmo que ele estivesse aparentemente bem depois da queda, mas apresente os sintomas horas mais tarde);
  • Houver sinais de fratura no crânio: uma área “fofa” no osso, especialmente dos lados da cabeça (acima ou atrás da orelha); presença de sangue no branco dos olhos ou saída de sangue ou de um líquido cor-de-rosa pelo nariz ou pelas orelhas;
  • Se houver sinais de concussão (quando o cérebro é afetado pelo traumatismo ou batida na cabeça), como: pupilas desiguais, vômitos seguidos e sonolência maior que o normal;

O bebê pode dormir após bater a cabeça?

É recomendado manter a criança acordada 1 hora após a batida na cabeça. A vantagem de manter a criança acordada depois da queda é que fica mais fácil observar seu comportamento. Não é o fato de o bebê dormir que vai agravar a lesão, se houver uma.

Ele pode dormir após bater a cabeça ou porque chorou ou pelo próprio stress da queda, e nesse momento fica difícil diferenciar entre irritabilidade pela queda ou pelo sono, então melhor deixar dormir. Mas se for difícil acordá-la após 2 horas de sono, deverá ser feita a avaliação médica, pois indica algo mais sério.

Prevenção à queda de bebês

Para prevenir queda de bebês, é importante jamais deixar o bebê desacompanhado em sofás e camas, e sobretudo em trocadores. Nesse caso não deve-se tirar as mãos do bebê em nenhuma hipótese. Um segundo sem supervisão pode significar uma queda bastante importante.

Também é importante estar atento à altura da base do berço e não deixá-lo próximo de janelas. 

O aumento do monitoramento e do apoio às mães, especialmente durante a noite, pode ajudar a prevenir quedas, já que a exaustão materna é um fator de risco comum. Além disso, educar os cuidadores sobre práticas seguras, como usar grades de cama e evitar dormir junto quando estiver cansado, pode reduzir o risco de quedas.

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