Dra. Gisele Trasfereti

A assimetria craniana é uma deformidade no formato da cabeça do bebê, também conhecida como “cabeça torta” ou “cabeça amassada”.

Não se trata de uma questão unicamente estética. Nos casos da cranioestenose verdadeira, pode haver quadros de hipertensão intracraniana crônica, déficits neurológicos e o comprometimento do desenvolvimento neuropsicomotor. A questão estética, por sua vez, pode levar a graves consequências quando associadas ao bullying ou a questões psicológicas, por exemplo.

Quando procurar um Pediatra como a Dra. Gisele Trasfereti?

Se o seu bebê apresentar algum achatamento da cabecinha ou mesmo se você está em dúvida, o importante é procurar um pediatra, para que ele avalie a situação. A assimetria craniana é uma condição muito comum em bebês.

Alguns sinais que podem indicar assimetria craniana são a cabeça achatada ou alongada em uma parte, olhos desalinhados, pescoço rígido, e dificuldade para amamentar.

O pediatra é o primeiro médico a avaliar a assimetria craniana. O diagnóstico é feito com base em um exame clínico, em que o pediatra avalia o formato da cabecinha do bebê.

Após o exame, se houver necessidade o pediatra pode encaminhar o bebê para a avaliação de um fisioterapeuta e/ou neurocirurgião pediátrico.

O ideal é que o diagnóstico e o tratamento sejam iniciados o quanto antes, preferencialmente antes dos 6 meses de vida.

Quais as causas da assimetria craniana?

Até os 2 anos de idade, a cabeça do bebê cresce muito mais rápido que o corpo. Durante esta fase, o cérebro ao se desenvolver literalmente empurra os ossos do crânio para fora.

O crânio do bebê é formado por placas ósseas separadas pelas suturas cranianas. As fontanelas, espaços macios e membranosos, são áreas mais abertas localizadas nos pontos de encontro das suturas, também conhecidas como moleiras. A fontanela posterior fecha até os dois meses de vida, enquanto a anterior pode demorar até 18 meses para fechar.

Quando ocorre o fechamento precipitado das suturas cranianas – a cranioestenose – ocorre um crescimento anormal do crânio, que causam consequências estéticas e podem comprometer o desenvolvimento neurológico da criança. A cranioestenose, mais rara, precisa de tratamento cirúrgico.

Já as assimetrias cranianas posicionais são mais frequentes. Embora a Sociedade Brasileira de Pediatria recomende que os bebês durmam de barriga para cima, até completar 1 ano de idade, os bebês que ficam o tempo todo nesta posição (durante todo o dia também) estão mais sujeitos a desenvolver a assimetria craniana. Permanecer neste posicionamento na fase de crescimento da cabeça, como único apoio, acaba por limitar o crescimento nesta região, levando a uma assimetria.

Dependendo do jeito que a criança fica apoiada surgem os tipos de assimetria craniana.

As assimetrias cranianas podem ser classificadas em 3 tipos: a Plagiocefalia, a Braquicefalia e a Escafocefalia.

Os tipos de Assimetria Craniana posicional são a Plagiocefalia, Braquicefalia e Escafocefalia.

A plagiocefalia posicional caracteriza-se pelo achatamento de um dos lados da região posterior da cabeça, com proeminência do lado oposto. Ela pode ocorrer por fatores pré ou pós-natais.

Entre os fatores pré-natais, podemos citar deformidades uterinas (como aderências ou septos, gestação gemelar), baixa quantidade de líquido amniótico ou quaisquer situações em que o bebê fique mais tempo em uma mesma posição. Já os fatores pós-natais podem ser o vício de posicionamento (muito tempo no bebê-conforto, por exemplo), torcicolo congênito e apoio viciado da cabeça.

A plagiocefalia pode causar desajustes na arcada dentária, como no fechamento da mandíbula, e pode também causar prejuízo estético, como desalinhamento das orelhas e olhos.

A braquicefalia é uma condição caracterizada por um achatamento posterior na cabeça do bebê, resultando em uma forma mais larga e curta do crânio. A Escafocefalia, ao contrário, se caracterizada pelo maior comprimento da cabeça, principalmente na região da testa, e seu estreitamento lateral. 

É necessário fazer um acompanhamento com outro profissional?

Dependendo do caso, o acompanhamento com outros profissionais pode ser necessário para tratar a assimetria craniana:

  • Fisioterapeuta: Para assimetrias relacionadas a alterações posturais, o fisioterapeuta pode ser fundamental para o tratamento. Ele realiza uma avaliação inicial para determinar a gravidade da assimetria e identificar os fatores contribuintes.
  • Neurocirurgião pediátrico: Dependendo das características da assimetria craniana, o pediatra pode encaminhar o bebê para um neurocirurgião pediátrico.

A detecção precoce e a intervenção adequada são fundamentais para garantir o desenvolvimento saudável da criança.

Formas de prevenção

O melhor tratamento para a assimetria craniana posicional é a prevenção. Portanto, é importante seguir com as orientações do pediatra, como por exemplo:

  • Alternar a posição do bebê ao longo do dia;
  • Não deixar que o bebê amamente sempre do mesmo lado;
  • Fazer o Tummy Time pelo menos 3 vezes ao dia (Tummy Time é uma prática que consiste em colocar o bebê de bruços quando ele está acordado e sob supervisão de um adulto);
  • Evitar longos períodos em cadeiras de transporte.

Tratamento

O princípio do tratamento é segurar o crescimento onde se desenvolveu demais e deixar crescer onde está achatado.

Primeira coisa é o reposicionamento, estimulando os pais a apoiarem a cabeça do bebê na região proeminente e evitar a região achatada. Não é muito eficaz porque, conforme o bebê cresce, ele não fica mais parado na mesma posição. A Órtese Craniana, também conhecida como capacetinho, obstrui o crescimento na região proeminente e garante espaço na região achatada. O capacetinho não vai apertar a cabeça do bebê, não vai machucá-lo. O tratamento com capacetinho é a solução mais eficaz para a deformidade grave no formato da cabeça. Ela é indicada para bebês entre 4 e 14 meses de idade, fase em que a cabeça do bebê cresce rapidamente. Deixar para depois implica em um tratamento mais longo e correção parcial.

O capacetinho é moldado sob medida para o bebê, através do escaneamento 3D de sua cabecinha. Dentre as suas vantagens destacam-se:

  • Não invasivo;
  • Sem sedação;
  • O bebe pode se distrair, enquanto é realizado o exame;
  • Método indolor;
  • Consegue mensurar, de forma precisa, a evolução do tratamento.

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